Na sala de espera para recolha de pacientes para os levar para casa no Manchester Royal Infirmary, comigo desesperado por estar à espera há um ror de tempo, decidido a telefonar para o sítio onde estava mesmo sem rede celular mas acabadinho de me ligar ao wi-fi do hospital, aparelho auditivo arrumado e auscultadores do telemóvel nas orelhas para ouvir bem o voiceOver enquanto usava as duas mãos para mexer no iPhone para fazer uma chamada no Skype e tentar perceber que raio se estava a passar, se não se tinham esquecido de mim:
– … csa….
– … senhor… csa…
– olhos….
– …. Ambulância…
– …táxi…senhor…
-…gasg…esposa…
– …senhor….
-…senhor….
-…SENHOR….
– SENHOR!!
Eu – está a falar comigo?
Senhora – sim, estava a chamá-lo e o senhor não disse nada.
Eu – quando estava a dizer senhor?
Senhora – sim, estava a chamá-lo.
Eu- desculpe, eu não sabia que era comigo.
Senhora – mas eu chamei-o!
Eu – mas disse o meu nome?
Senhora – não, chamei-o!
Eu – mas… eu não vejo… se não disse o meu nome fica complicado.
Senhora – eu até gritei!
Eu – mas eu não sabia que era para mim…
Senhora – eu chamei-o.
Eu – mas se só disse “senhor” como era suposto eu saber que era comigo? Eu não vejo.
Senhora – chamei-o…
Atenção: não reajo a apitos, psius, heys e etc.
Estes excelentíssimos srs britânicos continuam a ter dificuldade em pronunciar o teu nome! Não será que padecem de alguma dose de snobismo?… Não havia necessidade de fazer sofrer as pessoas, acrescentando-lhes mais sofrimento ao que já possuem….
Isto demonstra muita falta de sensibilidade e atenção!…
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